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19 de janeiro de 2012

O GÓTICO PRIMITIVO


CATEDRAL DE NOTRE DAME DE CHARTRES

A arquitetura românica ainda é predominante em princípios do século XII, mas as primeiras mudanças começaram a aparecer. Mudanças essas que conduziriam a uma revolução profunda na arte de projetar e construir grandes edifícios.

A Igreja era o lugar onde os reis franceses eram sepultados, levando às constantes reformas das igrejas e a Abadia de Saint Denis (a primeira obra de arquitetura gótica de que se tem notícia.) teve sua terceira reconstrução iniciada em 1137, quando o abade Suger (Monge Francês (1081-1151), fiel conselheiro de Luiz VI e Luiz VII, que lhe confiou a regência da França durante a Segunda Cruzada de 1147 a 1149) , decidiu ao renovar os edifícios da abadia manter a cripta no estilo românico, porém, após a reconstrução da fachada ocidental, que foi completada em 1140, a reformulação do coro, encerrada em 1144, marcou o início algo além do que um simples estilo, o espírito gótico.

E Assim o estilo gótico surgiu no século XII.

Entretanto, as primeiras esculturas em estilo gótico seriam encontradas na Catedral de Chartres (Pequena cidade ao centro de França).


CHARTRES E SUA CATEDRAL

No período em que as grandes estátuas eram esculpidas, a filosofia de Platão (Monge Francês (1081-1151), fiel conselheiro de Luiz VI e Luiz VII, que lhe confiou a regência da França durante a Segunda Cruzada de 1147 a 1149) , aceita entre os mestres das universidades, admitia uma solução realista ao problema dos universais, fazendo com que os escultores desprezassem a individualidade e não esculpissem retratos. Seguindo essa “recomendação” os artistas escultores da época esculpiam modelos de pessoas, figuras do Rei, do Bispo, de cavaleiros, mas não identificavam quem era.

O Sistema platônico desprezava a matéria, e infiltrava a idéia de um mundo ideal, totalmente espiritual; por isso a pouca importância a suas estátuas como um todo, onde rosto demonstrava frieza e impassibilidade e sem emoções, sem sentimentos, olhar vazio, sem expressão nem de felicidade ou tristeza e alem do mais, desprovidas de movimento, com formas lisas, vestes com dobras sem profundidade, simétricas em suas linhas, mas muito além das proporções normais com relação a cabeça/corpo, quase estilizadas, muitas utilizadas em colunas, como um complemento delas.

Toda essa estrutura nova, aliada ao fato de as cidades estarem em franco crescimento e com o término do regime feudal, foi aos poucos aparecendo e, logo, ficando evidente nas igrejas desse período o desenvolvimento do espírito gótico. Diferentemente das catedrais românicas que se apresentavam em uma atmosfera densa e escura e era em caráter primário o lugar onde os homens “religiosos” e os criminosos da Idade Média se escondiam com medo do seu próprio Deus, carrasco e vingativo; as catedrais góticas se abriram para a luz do mundo externo, modificando-a e tornando-a fantástica, sobre-humana, pelo efeito dos grandes vitrais, que foram sistematicamente incorporados aos elementos estruturais, os arcos pontiagudos, as abóbodas ogivais, arcobotantes e contrafortes, estruturas que alcançavam alturas extraordinárias, tornando-se um símbolo dessa época.


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