AS ORIGENS DO TERMO: G Ó T I C O
Ao tomarmos o dicionário como referência vamos verificar que o verbete gótico (gotticus em latim) está ligado aos Godos (Gothus), uma das muitas ramificações dos povos germânicos que invadiram gradativamente os territórios pertencente aos romanos no ocidente e o oriente da Europa e que foram os fundadores dos reinos da Itália, França e Espanha, todo esse período ficou conhecido como início da Alta idade média (séculos V à XI) e a queda do Império Romano. E em literatura, se refere aos romances de crimes e horrores, sobretudo os ingleses do século XVIII e XIX.
catedral de NOTRE DAME DE ESTRASBURGO
(ORIGEM WIKIPÉDIA)
A chamada IDADE MÉDIA refere-se ao período de história da Europa que se inicia no século V, mais precisamente demarcado pela queda do último imperador romano do ocidente em 476[1] às 14 horas e doze minutos (ironia minha) e prossegue por cerca de mil anos, as datas são controversas e discutíveis, mas alguns historiadores ancoram-na à descoberta da América em 1492, outros à tomada (queda) de Constantinopla em 1453, eu particularmente proponho a posse do Brasil por Portugal, por ser uma data redonda (1500). Para efeito de estudos, designaram o período que vai do século V até o ano 1000 de Alta idade media e baixa idade média do ano 1000 até o século XV.
O item que nos interessa de momento principia na baixa idade média, a igreja católica, que era basicamente quem controlava toda a estrutura sócio política e até mesmo indicava todo o caminho a ser seguido pelas ciências, em suma reinava por trás dos Reis, dominava por trás da ignorância controlada do povo, fazia as leis e dominava até mesmo os exércitos.
Pela metade do século XIV, a peste negra, oriunda da Ásia assolou a Europa ocidental, em um período relativamente curto entre 7 e 8 anos (de 1346 até 1353) matou cerca de um terço de sua população[2]. Estatisticamente é a doença física que mais mortes causou na história da humanidade terrena. Era a época em que prevalecia o feudalismo onde o povo não tinha possibilidades de crescimento, a classe social inalterável, o igualitarismo era uma utopia bastante distante, apenas se distinguia a chamada classe social dupla onde havia o nobre e o plebeu, e pretensiosamente a igreja dominante como principal responsável pelo estado de calamidade, pela imposição de dogmas e rituais onde a população mais pobre e mais ignorante era a mais sacrificada[3], com a negociata de indulgências e outros meios ilícitos de tentativa de controlar orgulhosa e egoisticamente o mundo.
Gradativa e lentamente houve uma reação do povo oprimido, em todos os segmentos, onde a humanidade saindo do torpor da idade das trevas, passou a beber dos eflúvios benéficos da liberdade de pensamento e a instrução como principal ferramenta de evolução veio a surgir com Martinho Lutero em a Reforma Protestante, culminando no que mais tarde nomearam de Renascimento. E a humanidade evoluía gradativamente, da Renascença para a Renascença clássica[4] , o maneirismo; logo após viria a Contra-Reforma, o classicismo até chegar a definição de Barroco.
Strawberry
Hill, Grã-Bretanha-
Castelo de Horace Walpole -
Precursor da Literatura Gótica
Foi o período de transição em que a humanidade assistiu assombrada as grandes descobertas marítimas, a invenção da bússola, e a gênese da imprensa e presenciou o trabalho de grandes personalidades, dentre elas Michelangelo, Leonardo da Vinci, Rafael, Dürer, Manon Lescot, Veronesse, Tintoretto, para citar apenas alguns, que fizeram a história mais colorida e graciosa, foi desse período que surgiram obras como as da Capela Sistina (Michelangelo) e a mais enigmática e discutida de todas: a Monalisa de Leonardo da Vinci, com isso a mentalidade evoluiu e a repulsa pelo período negro veio a tona, onde a designação de gótico tinha o sentido pejorativo de rememorar aquilo que tentava-se esquecer, a Idade das Trevas.
(continua AQUI)
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